segunda-feira, 6 de julho de 2015

Panorama das novas demandas da usinagem de plásticos

Estima-se que no Brasil o uso de peças usinadas em plástico está limitado a 10% de sua capacidade real. A análise é fruto de pesquisas realizadas pelos próprios fornecedores do setor tendo como base o consumo de mercados tradicionais do plástico e revela um cenário com grande potencial de crescimento.

imagem05072015A demanda de serviços que surgirá nos próximos anos poderá ser atendida pelo mercado internacional, principalmente o chinês, ou, no melhor dos casos, será absorvida pelos prestadores de serviços de usinagem especializados nesse nicho ou ainda os que trabalham atualmente apenas com peças metálicas.
O crescimento desse setor está alinhado ao fato de o plástico ser naturalmente um material de substituição de inúmeras outras matérias-primas como madeira, alumínio, fero fundido e aço. Isso significa que, mais cedo ou mais tarde, haverá uma transição natural de peças metálicas para peças produzidas em plásticos. Pela ampla gama de materiais com propriedades específicas para diversas aplicações, os plásticos entraram definitivamente no ramo da usinagem para permitir a produção de peças e conjuntos mecânicos com melhor desempenho e maior vida útil.
Ao contrário do mercado fortalecido que pode ser observado nos Estado Unidos e Europa, o Brasil ainda caminha para comprovar a importância desse segmento. O gerente industrial e responsável pelo departamento de usinagem de plásticos da Day Brasil (São Paulo, SP), Alexandre Castilho da Silva, acredita que o País esteja anos atrasado em relação à demanda internacional. "Lá fora esse mercado é 15 vezes maior", revela. imagem205072015Ainda assim, o departamento de usinagem de plásticos representa um terço do faturamento da empresa do País.
De acordo com pesquisa realizada pela Planier, consultoria especializada no desenvolvimento do mercado de plásticos e na elaboração de novas tecnologias em plástico, o consumo mensal de polietileno de ultra alto peso molecular (PEUAPM) nos EUA chega a bater a quantia expressiva de 10.000 t.
Por outro lado, no Brasil o uso dessa mesma matéria-prima não passa de 100 t por mês. imagem305072015O consultor técnico da empresa. Adenilson Rodrigues, explica que, mesmo ainda longe do seu auge, o PEUAPM e os outros plásticos têm muita aplicação na industria nacional e os números da demanda norte-americana ajudam a expressar o potencial desse mercado. "Ainda é um trabalho de desenvolvimento, de desbravar novos produtos tecnológicos e provar que o uso do plástico vai dar certo. Nos EUA, por exemplo, as empresas substituem tudo o que é possível por plástico", afirma. O material alvo da pesquisa em questão, o PEUAPM, usado geralmente na produção de mancais, guias de corrente e revestimento de silos, tem elevada resistência à abrasão e à fratura por impacto e baixo coeficiente de atrito.
Para que o mercado cresça, é preciso antes gerar demanda. "Falta conhecimento de aplicação e, por conta disso, o mercado brasileiro ainda é carente de produtos de alto desempenho. As empresas vão começar a entender mais sobre os plásticos e, graças a esse conhecimento, vai aumentar a demanda desse tipo de produto", analisa Marcello Oliver Fernandes, diretor industrial da Quadrant Solidur do Brasil, fornecedora de plásticos e prestadora de serviços de usinagem em plásticos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário